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sábado, 16 de junho de 2012

“E será que nós temos tempo bom? Não, não temos. Porque somos dois adolescentes, dissimulados e egocêntricos, temos mania de certeza, mania de querer sempre ter a razão. Fizemos uma bagunça ao nosso redor no tempo em que estivemos juntos, e no meio dessa bagunça acabamos nos denominando como dois apaixonados desocupados. Eu lembro do seu cabelo levemente bagunçado, como você dizia, para dar um certo charme. E você dizia que eu tinha aquele ar de incerteza, de abstrato, que te fazia querer ficar comigo, só para você poder me desvendar mais um pouquinho. “E mistérios ela gostava de desvendar, então, um mistério ela se tornou” Saudades de quando você sussurrava isso para mim na hora de ir dormir. Saudades; foi isso que sobrou de nós dois afinal. Saudades de um tempo que não volta mais, saudades do que aconteceu, do que não aconteceu e do que eu queria tanto que tivesse acontecido. E porque você foi embora mesmo? É que você esqueceu de avisar no bilhetinho que só tinha: “Me desculpa por qualquer coisa, tenho que ir. Eu te amo, ou te amei.” Talvez você tenha desvendado todos os mistérios que te prendiam aqui? Ou talvez você não veja mais graça em mistérios e queira algo mais fácil. Mais fácil. “Você é muito complicada para ser desvendada, será que um dia eu vou conseguir fazer isso?” Pelo visto, acho que não. Me achou tão complicada que não conseguiu nem chegar na metade do caminho. Não conseguiu nem descobrir o porquê de eu ser assim. E agora eu que me pergunto porquê você foi embora antes mesmo de tentar. Não sei se foi minha culpa. Ou se foi você que já não quis mais. No entanto, eu acho que eu merecia pelo menos uma explicação mais clara e convincente sua, não acha? Pelo menos mais que um bilhete escrito às pressas. Mais do que um simples adeus escrito em letras borradas. Tenho minhas dúvidas se foi por medo da minha reação, se foi seu medo de me encarar e poder dizer tudo, ou se foi porque você não tinha realmente razão para me deixar e simplesmente queria ir embora sem ter que se explicar. Seu perfil medroso de sempre me assustou, tu tinhas medo de tirar qualquer brincadeira comigo, não sei porquê. Medo de perder? Impossível, se fosse por isso me explique a fuga, me explique o bilhete, me explique qualquer coisa que esteja relacionada com você não estar aqui agora. Olha, apesar dos pesares, eu não te odeio. Não consigo, tá bem? Só… Não. Não pra tudo. Não pra mim e minha mania impulsiva de querer sair por aí gritando teu nome, não para as minhas falas no escuro dizendo que eu poderia te fazer mudar de ideia, não para qualquer coisa que me faça voltar a choramingar por você. Mas quer saber uma coisa que eu odeio? Essa vastidão de pensamentos sobre ti todas as noites. Eu te amo, cara. Sempre te amei, mas acho que você não viu isso. Não viu e nem vai ver mais, porque não importa o tamanho do meu amor, chega uma hora que você cansa. E eu cansei. Cansei de você, cansei de mim, cansei de correr atrás, cansei de tudo, mas principalmente… Cansei daquilo que um dia ousamos chamar de “nós”
Maria Beatriz (e-mptylook) e Bianca (contra-dizer)

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